Zeca Afonso | Estudos Musicais para Violoncelo
Concerto Comentado
Lisboa Incomum, 16 de Abril de 2024, 19h00
Sinopse:
Pedro do Carmo, Lluïsa Paredes e Eva Aguilar (Os Violoncelos de Zeca Afonso) irão apresentar o seu projeto «Zeca Afonso – Estudos Musicais para dois violoncelos» no espaço Lisboa Incomum, dia 16 de Abril, pelas 19h00. Num concerto-comentado, serão interpretados e analisados os arranjos de 10 canções de Zeca Afonso para dueto de violoncelos.
Este projeto visa fundir o legado musical de Zeca Afonso com a herança histórica do violoncelo, a partir dos ensinamentos do violoncelista e Paulo Gaio Lima. A sua vontade era tocar e disseminar a música de José Afonso de uma forma global – contando quem foi Zeca e porque lutou Zeca- mas sempre pedagógica, que pudesse incluir na sua prática musical do dia a dia enquanto professor de violoncelo. O facto destes arranjos serem duetos para violoncelo é a sua inspiração na prática dos antigos mestres violoncelistas que, ao comporem estudos para os seus alunos, incluíam uma segunda voz de acompanhamento, tocada pelo próprio mestre (num fraterno gesto de apoio para com o aluno, no momento de grande pressão característico da performance).
Estes arranjos são assim pensados como “Estudos” (peças musicais que abordam uma certa técnica instrumental, com o objetivo de adquirir o seu domínio), mas que vão além da técnica, para que possam traduzir os valores de Abril presentes na música de José Afonso: A consciência do nosso legado e papel cultural; a responsabilidade de defender valores maiores que o indivíduo; uma noção coletiva da música e da arte, independentemente da origem ou condição.
A entrada é livre, mediante reserva para [email protected].
Apoio: República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes e Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril
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Pedro do Carmo, Eva Aguilar e Lluïsa Paredes (Os Violoncelos de Zeca Afonso) |
Programa:
10 Canções de Zeca Afonso
1 - O Avô Cavernoso (1972)
2 - Balada do Outono (1960)
3 - De Sal de Linguagem Feita (1979)
4 - Era um Redondo Vocábulo (1973)
5 - Canção de Embalar (1968)
6 - Ó Ti Alves (1972)
7 - Agora (1985)
8 - Canção Vai... e Vem (1963)
9 - Cantar Alentejano (1971)
10 - Venham Mais Cinco (1973)
Pedro do Carmo
Pedro do Carmo (2001) iniciou os estudos musicais em violoncelo aos 5 anos de idade na Academia de Música de Lisboa na classe da Prof. Daniela de Brito. Prossegue os estudos na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML), onde estudou com o Prof. Paulo Gaio Lima e posteriormente com o Prof. Levon Mouradian, acabando a licenciatura no HKU Utrechts Conservatorium com Jeroen den Herder. Foi na ESML que aprofundou a vertente de Música de Câmara com o Prof. Paulo Pacheco, e em Utrecht com Sebastian Koloski e Viola de Hoog (ensemble de música antiga). Ao longo do percurso académico, teve a oportunidade de trabalhar com nomes conceituados do violoncelo, tais como Xavier Gagnepain, Johannes Moser, Maria de Macedo, Tsuyoshi Tsutsumi, Claudio Bohórsquez, Filipe Quaresma, Lluis Claret, Vivien Mackie, Leonid Gorokhov, Job ter Haar, Ophélie Gaillard, Marc Coppey, Gideon den Herder ou Kyril Zlotnikov.
Tem realizado vários recitais, destacando-se a sua prestação a solo na Fundação Franz Schubert / Academia dos Violoncelos de Santa Cristina, promovidos por Maria de Macedo; na Cello Academie Zutphen, Países Baixos; no recital final da Masterclass de Johannes Moser, Teatro Nacional de São Carlos. Também participou em diversos concursos, sendo vencedor do 1º Prémio do Concurso Vecchi-Costa na sua segunda edição.
Foi membro da Jovem Orquestra Portuguesa entre 2017 e 2020, com a qual fez várias digressões, nomeadamente a Berlim (atuando no festival Young Euro Classic, na prestigiada Konzerthaus Berlin) e à Roménia (no Festival Vară Magică, Bucareste), bem como várias apresentações pelo país. Integrou a Jovem Orquestra de Espanha (JONDE), através do programa MusicExchange.
Participou nos Encontros Internacionais de Música Antiga da Casa de Mateus, trabalhando com músicos de renome nesta área, como Jacques Ogg, Peter Croton ou Job ter Haar. Tem aprofundado a prática de música contemporânea e música mista, sendo membro da academia do Sond’Ar-te Electric Ensemble, guiada pelo compositor Miguel Azguime e pelo maestro Pedro Neves. É também o violoncelista do ConcrèteLab Ensemble.
Atualmente, Pedro estuda com o Prof. Jeroen den Herder na Codarts Rotterdam, em mestrado. É co-fundador do FIMC- Festival Internacional de Música de Câmara, Associação Musical. Paralelamente, e em conjunto com Eva Aguilar e Lluïsa Paredes, desenvolve o projeto “Zeca Afonso- Estudos Musicais para dois violoncelos”, financiado pela Direcção-Geral das Artes, em parceria com as Comemorações Oficiais dos 50 anos do 25 de abril.
Fotografia: @Jade Mandillo
Lluïsa Paredes
Nasceu em 1999 em Girona, Catalunha (Espanha). Iniciou os estudos musicais aos 6 anos na Escola de Música de Sant Gregori (Willems education) em piano, começando no ano seguinte os estudos em violoncelo na mesma instituição.
Em 2011 entrou no Conservatori de Música Isaac Albéniz de Girona, onde estudou violoncelo com o professor Josep Bassal, piano com o professor Carles Lama e aulas de canto com a professora Carmen Rodríguez.
Estudou também a técnica de composição Contraponto com o professor Miquel Sunyer, ganhando o gosto pelos arranjos e composições musicais para o seu instrumento de eleição, o violoncelo.
Em 2017 inicia uma nova etapa da sua carreira artística em Lisboa, onde ingressa na licenciatura em performance na Academia Nacional Superior de Orquestra com os professores Paulo Gaio Lima e Marco Pereira, terminando em 2020. Aqui integrou projetos com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, enquanto reforço.
Para além do percurso académico, participou em vários projetos artísticos de diversas áreas, tais como o filme “Absència” (trailer: https://lluisaparedes.cat/ composicions/absencia/), e em 2014 e o filme “El nostre llarg silenci” (trailer: https://lluisaparedes.cat/composicions/el-nostre-llarg-silenci/); participação em espetáculos de teatro com o grupo "Cor de Teatre", como “Ombres i llums (trailer: https://vimeo.com/671714626); A composição original da banda sonora do documentário “A la recerca del jo” (trailer: https://lluisaparedes.cat/composicions/la-recerca-del-jo/) em 2018; A participação no espetáculo “Entre el tot i el res” (see a resume at: https://lluisaparedes.cat/composicions/entre-el-tot-i-el-res/).
Atualmente frequenta o mestrado em performance na Codarts Rotterdam (Países Baixos), onde estuda com o professor Jeroen den Herder.
Eva Aguilar
Eva Aguilar (2002) é uma jovem artista portuguesa, licenciada em composição pela Escola Superior de Musica de Lisboa, segundo orientação de Luís Tinoco, Carlos Caires e Jaime Reis. Paralelamente, enquanto intérprete, estuda canto e violoncelo e integra o Coro Juvenil da Universidade de Lisboa, dirigido por Erica Mandillo, tendo participado em festivais em Vesoul, Turim, Basileia, Estrasburgo, Zurique, Perpignan, Bilbao, Cork, Amsterdão e concertos na Fundação Calouste Gulbenkian (com a pianista Maria João Pires), Casa da Música, Centro Cultural de Belém, Teatro São Luiz, Assembleia da República, Panteão Nacional, entre outros. Entre 2020 e 2023, selecionada pelo Plus-Minus Ensemble (UK), Divertimento Ensemble (IT), Ensemble Orbis (FR), HERMESensemble (BE), Centre Henri Pousseur (BE), Festival MIXTUR (ES), BoCA Sub 21 - Biennial of Contemporary Arts, Arte no Tempo, Sentidos Ilimitados, Projecto DME, Companhia de Dança de Almada, Companhia Nacional de Bailado (PT), para escrever obras tocadas em espaços/eventos como: Festival Dialogues (Edimburgo), Festival Rondò 22 (Milão), Festival DME (Lisboa Incomum), Festival Música Viva (O’Culto da Ajuda), COMPOTA (espectáculos de improvisação multidisciplinar), Centro de Arte Contemporânea de Almada, Teatro Aveirense, Estúdios Victor Córdon, Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, Iglesia de San Juan Bautista (Pasaia/Leioa), Castelo de Alden-Biesen (Limburgo), Pôle Pixel - GRAME - centre national de création musicale (Lyon), entre outros. Recentemente convidada para ser ‘Compositora em residência’ na Jovem Orquestra Portuguesa, com uma nova obra a ser estreada na Konzerthaus (Berlim), em 2024.