Conferência e Concerto


Conferência com Jose R. Taton (17h30)

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Recital com Fábio Pascoal e Pedro do Carmo (19h30)

Lisboa Incomum | 23 de Julho 2022


O Lisboa Incomum está a preparar-se para o verão, encerrando a temporada de espetáculos com um evento especial. 

No dia 23 de julho, convidamo-vos a assistir a uma Conferência sobre música das Filipinas com o Professor Jose Taton pelas 17h30, e a um Recital protagonizado pelo contrabaixista Fábio Pascoal e o violoncelista Pedro do Carmo.

Haverá um intervalo entre os dois eventos, com um pequeno convívio.


Entrada gratuita, mediante reserva para [email protected].


1ª Parte :: 17h30

Conferência com Jose Taton

Ideologia e Filosofia na Música, Dança e Folclore do Panay Bukidnon nas Filipinas


Jose R. Taton Jr. é professor na Universidade das Filipinas em Visayas, ensinando música, artes, e humanidades. É actualmente candidato a Doutoramento em Filosofia da Música, licenciado em Etnomusicologia pela Philippine Women’s University. Concluiu o seu Mestrado em Etnomusicologia na mesma Universidade e um Bacharelato em Enfermagem e Diploma em Música na Universidade Estadual de Visayas Ocidental. Os seus interesses de investigação incluem estudos de festivais, pedagogia indígena, e estudos de som.

Como investigador, recebeu bolsas de investigação para investigação sobre a tradição da percussão dos Ati e sobre processos de construção de instrumentos entre os Panay Bukidnon, duas comunidades indígenas em Visayas Ocidental, Filipinas. Também esteve envolvido no desenvolvimento e publicação de Módulos de Educação dos Povos Indígenas, em colaboração com profissionais indígenas e estudiosos da cultura em Panay. Para além destes estudos, tem também extensa documentação de investigação sobre música de festivais, com foco nos processos de composição musical e na criação de instrumentos. Actualmente, está envolvido em iniciativas de mapeamento cultural na região, particularmente na documentação da materialidade e da vida dos instrumentos de gongos. Além disso, está também a trabalhar como consultor técnico num projecto de fabricação de instrumentos liderado pela comunidade no Panay Central, bem como a realizar trabalhos de pesquisa pessoal sobre o Panay Bukidnon hinun-anon (pequenos músicos-narrativas).


:: Intervalo ::


2ª Parte :: 19h30

Recital com Fábio Pascoal e Pedro do Carmo


Pedro Carmo e Fábio Pascoal começaram a tocar juntos em 2019, através do Laboratório de Música Mista José Luís Ferreira, da Escola Superior de Música de Lisboa, onde o trabalho directo com os compositores os fez ouvir novos sons, conhecer novas linguagens e experimentar outras sensações musicais. Desde então, a paixão de ambos pela música contemporânea cresceu, não só em duo mas como nas vertentes solísticas de cada instrumento, com ou sem electrónica.


Programa


Kaija Saariaho: Sept Papillons for solo cello, I e IV (2000)

(Violoncelo Solo)


Luís Tinoco: Solonely (2002)

(Contrabaixo e Electrónica Espacializada)


Teppo Hauto-Aho: Kadenza (1978)

(Contrabaixo solo)


Eva Aguilar: SIMOS (2021)

(Violoncelo e Electrónica)


Ana Roque: Lugar Comum (2010)

(Contrabaixo e Electrónica em Tempo Real)


Marta Domingues: Mantra (2020)

(Violoncelo, Contrabaixo e Electrónica)


Pedro do Carmo (Violoncelo)

Fábio Pascoal (Contrabaixo)


Kaija Saariaho: Sept Papillons (2000)

As Sept Papillons for Solo Cello (2000), aclamada obra de Kaija Saariaho, começaram a ser compostas durante os ensaios da primeira récita da sua ópera, L’Amour de loin. Das metáforas operáticas das “eternas qualidades” -amor, desejo e morte- Saariaho muda a sua linguagem e estilo por completo, passando para a metáfora total  do efémero: As borboletas.

Serão apresentadas duas das sete miniaturas (Papillons I e IV) vistas como pequenos estudos sobre a fragilidade e o movimento efémero, sem princípio nem fim.


Luís Tinoco: Solonely (2002)

Solonely foi escrita para um solo de dança integrado no ciclo Invenções, co-produzido pela Fundação das Descobertas e pela Casa da Música | Outubro 2002.

Os materiais inicialmente apresentados pelo solista, pretendem criar uma série de paisagens sonoras e coreográficas, sendo posteriormente reproduzidos e tratados electronicamente. Curiosamente, apesar de o som resultante sugerir, por vezes, uma forte presença da componente electrónica, na realidade, ela é apenas uma ferramenta usada para montar uma série de sequências pré-gravadas, às quais foi adiccionado algum tratamento de efeitos (reverberação e eco) e, posteriormente, uma espacialização a 6 canais. Neste ponto, gostaria de deixar uma palavra de grande apreço pelo precioso auxílio do meu colega e amigo Emanuel Marcelino.

Tratando-se neste trabalho, com o coreógrafo David Fielding, de uma invenção sobre a ideia de solidão, a música composta procura explorar e enfatizar este conceito, criando um contexto em que um solista toca acompanhado pela sua própria voz, isto é, dialogando com os argumentos do seu próprio monólogo.


Teppo Hauto-Aho: Kadenza (1978)

Kadenza é uma peça que explora uma ampla gama de cores, timbres e técnicas do contrabaixo, apresentando caráter contrastantes, seções rítmicas e seções livres. O compositor utiliza um conjunto de técnicas contemporâneas, dando particular atenção ao pizzicato nas suas diversas formas (pizzicato tremolo com as unhas, acordes pizzicato com harmónicos e pizzicato com ambas as mãos), aos harmónicos e acordes. 


Eva Aguilar: Simos (2021)

Simos, somos.
Creio que perdeu a cabeça.


Ana Roque: Lugar Comum (2010)

A peça baseia-se na ideia de multiculturalidade e de espaço sem fronteiras, numa visão do mundo como um Lugar Comum a todos. 


Marta Domingues: Mantra (2020)

Esta peça parte de um cântico tradicional indiano, Samaveda, cujaintenção primária é o esvaziamento da mente, de forma a atingir umestado de relaxamento, contemplação e meditação, em comunhão com a simplicidade do vazio, a natureza em si mesma. 

“Mantra” representa um possível processo da mente daquele que ouve ou canta um Samaveda.




Conferência com Jose R. Taton














Recital com Fábio Pascoal e Pedro do Carmo